terça-feira, 6 de outubro de 2009

Na Oktoberfest de Munique




Nossa! A festa é muito melhor que Expointer em Esteio. Juro que a comparação foi feita. É que tudo acontece num grande espaço da cidade, existem também os pavilhões, o parque de diversões e uma grande venda de souvenirs alemães. Ok, a comparação não é boa, a empolgação das pessoas nos dois locais (Esteio e Munique) é bem diferente. Assim que pegamos o ônibus que nos levaria até o trem que nos levaria até perto da Oktober, já vimos uns homens e umas mulheres com roupinhas típicas e isso quer dizer peito e perna de fora (dos mais variados tamanhos) e homens com roupinhas de couro que custam até 500 euros. Aqueles chapéus que imaginamos junto com essa roupa é coisa de turista, então vende bem, mas os alemães mesmo só curtem a ceroula de couro.
Na festa todo mundo entra e ninguém paga nem mesmo pra entrar nos pavilhões. Como teve suspeita de ataque terrorista em Munique, o controle pra entrar nos pavilhões era maior do que o comum, mas isso não atrapalhou nossos planos, porque a única coisa perigosa que eu levei era uma garrafa de água. Cada pavilhão tinha um nome e um tipo de cerveja. Lá dentro sempre tinha uma banda tocando músicas alemãs (é???) e muita gente, muita. Outro ponto importante a ressaltar: chegamos às 10h e lá pelas 14h já se via lugares fechados pela lotação. A dica é mesmo chegar cedo, entrar em algum pavilhão, tomar umas e trocar de pavilhão cedo, porque chega uma hora que ninguém mais passa. O nosso esquema foi um pouco diferente, porque tivemos a sorte de conhecer um amigo de um amigo que mora em Munique.
Às 14h, depois de uma reflexão, achamos melhor ir conhecer a cidade ao invés de passar o dia bebendo. O início foi na frente da Prefeitura, Marienplatz. Depois uma caminhada por umas ruas do centro, algo bem turístico, mas que deu uma noção bem boa do que é a cidade. A nossa descoberta de que lá não existem mendigos nos chocou, porque na França não é bem assim. A cidade também é mais chique se comparada às que visitei por aqui. Fácil de ver: pessoas bem vestidas, ruas limpas, uma arquitetura clássica em alguns pontos e outras coisas mais modernosas. Como quase tudo foi bombardeado na II Guerra, o que a gente vê é uma reconstrução e poucos prédios mantidos como no desenho original. Bom exemplo disso é um prédio que foi uma espécie de Ministério da Defesa da época hitleriana. É um palácio que já foi sede do partido nazi e hoje recebe o governador da Baviera e outros importantes. A verdade é que quase tudo na cidade pode ser explicado através da história nazista ou da guerra. Se bem que encontrei surf no meio da cidade e não sei o que isso tem a ver com o que acabei de falar. Sim, dentro de um parque gigante no meio da cidade tem um rio. Nesse rio deram um jeito de fazer uma onda para que os surfistas pudessem ser felizes em meio a uma cidade em que o mar passa longe. Isso foi incrível.
Incrível também foi o que comi num restaurante que leva o nome de uma das marcas mais conhecidas lá, HB. Me parece que até o Hitler costumava tomar seus chopes nesse lugar. Estranho pensar assim, mas isso mostra que em Munique os alemães parecem viver muito bem com um passado esquecido, porque o que eles vivem de fato é a origem bávara. Nesse restaurante deu pra tomar um chopinho e comer uma salsisha branca com molho de mostarda doce ao som de musiquinha alemã e brindes incessantes da parte dos clientes. Prost!
Para terminar o dia mais uma passada na Oktober para conferir a beberagem (e todos os pavilhões lotados) e umas brincadeiras radicais no parque. Curiosamente andei pela primeira vez numa montanha russa de verdade, que tinha o tema “Olimpíadas”. Isso aconteceu no mesmo dia que recebemos alguns parabéns pela escolha de 2016. Deu pra ver que somos queridos na Europa. Então pra finalizar de fato, uma boa noite de sono dentro da barraca, sobre o chão duro e com um frio de 5 graus.


* Dentro de uma das tendas.





* Englischer Garten