Em Nice pude fazer tudo bem na manha, do meu jeito. Como já conhecia um pouco a cidade e algumas praias em volta, não achei necessidade de repetir certas coisas. Mas foi novidade conhecer o lugar onde fiquei, porque era bem na muvuca da cidade e me parece que ano passado não conhecemos bem aquilo. Altamente turística e com os preços nada simpáticos, a Vieux Nice passa a imagem de uma cidade disposta a receber gente do mundo todo, onde inglês também se vira tranqüilo por lá. A brisa do mar torna tudo diferente de Grenoble, por exemplo, porque enquanto se caminha, se sabe que a duas quadras pode-se ver o azul do Mediterrâneo e enfim pensar que nossos pensamentos não tem limite de alcance. Bom, essa é uma sensação que tenho ao ver o mar.
Conhecendo a extensão do Mediterâneo dá pra ir até Marseille, mas resolvi não ir muito longe e, como disse antes, fiz tudo na manha. Conheci Villefranche-sur-mer, uma praia com poucos restaurantes (mínimo 10 eurô) e que recebe bem pequenas lanchas de franceses e italianos bem de vida. A praia é pequena e as pedrinhas no lugar da areia atraem as pessoas pelo fácil acesso (o trem para exatamente do lado da praia, só é preciso descer uma escada e chegar no mar, praticamente). Não me agradou muito pagar 2 euros numa água que custa 30 cents no mercado, mas paciência. Quer bancar a fina em Nice? Se fode! É tudo mais caro lá. Pois bem, passar a tarde pegando sol também não era meu objetivo, então no começo da tarde voltei pra estação de trem e pensei “onde é que eu posso ir?”, daí no trajeto do trem que percorre uma parte de Côte d´Azur vi o nome Grasse. E foi pra lá que me mandei. O que eu não sabia é que a viagem durava uma hora e meia. Sem problemas, eu não tinha horário pra chegar em casa.
Grasse é a cidade dos perfumes, tudo gira em torno das fábricas que existem lá e da história que a cidade pode contar sobre eles. Tive a oportunidade de fazer uma visita guiada na Fragonard, uma das mais famosas produtoras de perfume da França (esse dado eu inventei) e foi fantástico conhecer o processo de fabricação antigo e atual de uma série de líquidos. No final eles nos levaram pra loja da fábrica e fizeram aquela lavagem cerebral, que eu caí, é claro. A Sandra vai ficar feliz.
No dia seguinte não quis ir a Mônaco. Parênteses, a cambada de farofeiro vai diariamente pra Mônaco, passa o dia de chinelinho e de noite quer olhar o luxo em volta do cassino, fecha parênteses. Eu, como boa canoense, cansada de farofagem, fui conhecer Menton. A cidade faz divisa com a Itália e realmente foi a cidade mais italiana que eu já vi. Ela é bem mais limpa do que a média aqui na França e conta com um bom número de topless de velhacas, mas essa parte posso pular. O senso de polidez é bastante visível em cidades assim: por favor, com licença, desculpa por te incomodar rolam solto, assim como também uma certa hipocrisia em ter de falar isso o tempo todo sem nem ao menos olhar nos olhos da pessoa. Voilà...
Da noite de Nice só conheci um bar com uma banda de rock, na companhia de uns americanos. O intercâmbio cultural foi muito bom pra mim lá, porque é sempre bom poder falar do Brasil, conhecer melhor peculiaridades de estrangeiros e poder encontrar o azul do Mediterrâneo a hora que quiser. Voltaria pra Côte d´Azur todo ano.
* Villefranche-sur-mer
* Menton
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