segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Viagem rápida

*Eu e a vasta multidão no parque num dia de sol.


Meu dia começou às 7h mais ou menos. Caí da cama e descobri que não ia mais pra Annecy. Já não conseguia mais dormir e resolvi fazer algo: entrei na internet e vi quanto custava a passagem pra Valence, que já tava querendo conhecer. Então foi. Me arrumei e em 40 minutos eu tava ali na estação (é bom morar na frente dela).
Fui em direção a essa cidade que parecia ser muito atraente, porque me falavam em mistura de estilo medieval com construção romana, ali entre Lyon e Avignon. Hmm...
Cheguei muito cedo, tomei um café e já fui reparando nas proximidades que café, restaurante e boulangerie não faltam na cidade. Só que é estranho, poucos viventes pra aproveitá-los. Já era 10 da manhã e eu perguntei se o comércio não ia abrir... Aos poucos algumas pessoas começavam a trabalhar, mas que incrível (!), já era meio dia e era hora de fechar tudo pro almoço. Não entendia o que aquelas pessoas faziam na rua do meio dia em diante, porque parecia que todos os bancos, salões de beleza e a maioria das lojas estavam fechadas. Então o que aquelas pessoas bem arrumadas estavam fazendo ali? E eles falam muito baixo, com certeza a cidade mais silenciosa que eu já vi. Além de saber muito bem como não fazer barulho, o povo lá entende de restaurantes charmosos no meio de ruelas. De 8,50 em diante se come um plat du jour na calçada e com uma brisa no rosto (que não tem aqui em Grenoble). Eu só comi uma maçãzinha e uma garrafa de água.
Po, tudo bem, não tem muito pra fazer na cidade, então que tal um museu? O museu de belas-artes ta fechado até 2011. Hahaha! Não faço a mínima ideia do porquê dessa data. Não tem problema também, caminhar em Valence é fácil, tudo muito perto e os prédios me fizeram parar várias vezes pra respirar e olhar melhor.



domingo, 30 de agosto de 2009


*Há mais de 20 milhões de anos, sob o efeito da colisão entre África e Europa, a crosta terrestre se deformou na região, formando essas estruturas que aparecem ao fundo. Entre essas montanhas, a cidade mais plana da França.

sábado, 29 de agosto de 2009

Samedi




É sábado em Grenoble! E antes que alguém diga que tal coisa é trivial eu já adianto: sábado em Grenoble é diferente de ser sábado simplesmente. Fui dar uma volta e acabei chegando no ponto turístico mais conhecido da cidade, que é o Forte da Bastilha. Pra chegar lá, pega-se o teleférico, 5 eurô, e desloca-se 475m (pra cima).



O clima de summer breeze faz a diferença nesses momentos, porque as pessoas ficam mais frescas, no bom sentido. Lá no alto da Bastilha não tem como não ficar embasbacado e não desejar que teus queridos vejam junto contigo a Grenoble lá embaixo, daí que digo que a frescura dos turistas é legal, porque muita gente parece sentir o mesmo.

Descendo do teleférico, dei de cara com um parque muito bonitinho, parece um diminuto de algum parque parisiense... Velhinhas conversando, namorados na grama, crianças no parquinho, e aquela coisa toda. Mais adiante cheguei na muvuca do centro, mas não foi num passo só, antes passei por construções do tipo "França século XIX", se é que me entende.

O centro bombando, todo mundo nas calçadas tomando um traguinho ou tagarelando. Tomando um traguinho é que me surpreendeu, porque era cedo da tarde e a galera dê-lhe chopinho. É por isso que sábado é muito cool aqui.

As fotos abaixo são da Praça Victor Hugo, onde os chiques tão ali bebendo, é claro.



quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Os desafios de morar sozinha - Parte I



Morar sozinha é não poder reclamar do barulho, porque ninguém vai te ouvir e se tu fizer isso no meio da rua é bem provável de receber um olhar meio estranho. Essa coisa que eu chamo de chafariz fica ligada o dia todo. Eu já tentei imaginar o quanto de água sai dali por minuto, mas é incalculável, então eu abstraio essa parte. A parte do barulho é que não dá pra abstrair às vezes. Confesso que já to íntima desse som de água caindo na pedra, mas quando ele para é que me dou conta de como o silêncio é importante e de como é bom poder dividir nossas percepções com alguém. Aqui não faz sentido reclamar do barulho ou da calmaria, simplesmente porque estaria sendo “chien” (chata) ao fazer isso pela internet com meus amigos. Daí posso entender o que é ter olhares e sentidos que ninguém mais tem (e não sei se tem porque há coisas que não podem ser contadas em tempo real). Não é ruim, parece só um pequeno tempo em que estar sozinha faz parte de um estar no meio de tudo. E eu escolho como bem me convém o que fazer com o barulho: me irritar ou laisser passer.

Primeira viagem



Estive em Paris do dia 20 até o dia 24. Tinha um encontro marcado há cinco meses com a minha amiga Renata. E voilà! Foi melhor do que o esperado. Paris é fantástica não pelo Louvre, ou pela Torre, ou pelas igrejas. Oui, penso que Paris é a melhor porque em cada esquina se encontra um pouco de arte, e não é uma arte que é feita pra ser exposta num museu, são detalhes e detalhes como uma maçaneta e como um “bonne journée” dito por um senhor no mercadinho da esquina. Meus olhos não ficaram acostumados com isso e acho que visitando Paris nunca se fica. É normal passar por uma rua até então desconhecida e falar “nossa, isso aqui é muito legal”. É por isso que dizem que Paris se pode visitar muitas e muitas vezes, sem nunca conhecê-la completamente. Agora, caminhar o dia todo até doer, se sentir exausta e conseguir rir ao lado da amiga é aquilo que me faz ter vontade de viver mais.
Nesse último passeio que fiz por lá tive a sorte de conhecer alguns franceses. Eu, Rê, Gi e Pati descolamos até uma festinha à la francesa. Isso quer dizer electro e funk. Bizzare! Eles adoram o nosso funk do Tropa de Elite e conhecem muito bem a dança do creu. Também tivemos a maravilhosa oportunidade de fazer um piquenique à noite, olhando a Eiffel iluminada que nos piscava às vezes. Nessa noite descobrimos dois grupos de samba, um de Paris e outro de Londres. Eles tão aí pra ensinar o povo a sambar e a conhecer a nossa música. O mais legal é que têm franceses e outras nacionalidades que fazem parte da música, eles tocam uma espécie de bandolim como se fosse cavaco (não lembro o nome).
Uma das melhores partes foi, sem dúvida, o passeio de bateau mouche pelo Sena quando já era noite. Ficamos uma hora dentro do barco, olhando maravilhadas aquelas luzes, as pontes, as pessoas que festejavam qualquer coisa na beira do rio, os namorados com vinho e os outros barcos finos que passavam por nós. O negócio é surreal mesmo, se pensa que é um sonho uma cidade construída dessa forma e contando com a torre pra dar o charme luminoso. Mas convenhamos, Paris é muito mais, as luzes vêm das pessoas também.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

De casa nova

A cidade é encantadora. Mal conheço, mas sinto uma coisa tão francesa nesse canto do mundo...
As ruas sempre têm alguma coisa mimosa, as pessoas são muito polidas e as coisas são diferentes. Hmm...

Não tenho muito tempo e por isso só posto aqui duas fotos. A primeira dá pra ver o meu prédio ("Hotel de Savoie" que não é um hotel, é um prédio mesmo). Ali no segundo andar, as duas janelas da frente e à direita de quem olha, levemente abertas, são minhas! Tão meio sujas, mas são minhas. O trem de baixo se chama tram e quase não faz barulho. Hoje andei nele umas duas vezes sem pagar... Eu não sabia.

A segunda foto é de uma parte perto de casa (umas três quadras). Só sei que aquilo é famoso, mas não sei o que é ainda.

Em breve mais particularidades de Grenoble.







sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Antecipando


Faltam 8 dias para a viagem. Será PoA-São Paulo-Zurique-Genebra-Grenoble. O que me atormenta no momento é a mala não feita e a nostalgia que já toma conta.
*Ok, esse primeiro post era só pra ver como funciona.